Instrumentação - Dr Nelson Astur

Tratamentos


Instrumentação


A instrumentação cirúrgica da coluna se refere aos implantes utilizados para o tratamento das doenças e problemas da coluna vertebral. Através de um procedimento cirúrgico, são instrumentados implantes de titânio, liga de titânio, aço e outros não metálicos. A instrumentação proporciona uma solução para a instabilidade da coluna. Implantes médicos são especialmente desenhados e desenvolvidos em diversas formas e tamanhos. Tipicamente incluem hastes, ganchos, cabos de aço, placas, parafusos, espaçadores (cages) e próteses. Cages são estruturas simples que dão suporte ao osso vertebral, seja entre eles ou substituindo um corpo vertebral inteiro enquanto osso novo cresce no seu interior ou ao redor para promover a artrodese.

A instrumentação mantém a estabilidade da coluna facilitando o processo de fusão óssea ou artrodese. Estes procedimentos são utilizados para restaurar a estabilidade da coluna. corrigir deformidades (como a escoliose), e ocupar espaços criados pela remoção de um disco ou corpo vertebral.


Um conceito antigo renovado

  • A instrumentação da coluna e artrodese não são conceitos novos. Na década de 50, Dr. Paul Harrington desenvolveu uma das primeiras instrumentações da coluna.
  • Nessa época, muitas crianças com poliomielite desenvolveram deformidades na coluna. Na tentativa de tratar essas crianças, Dr. Harrington desenvolveu o primeiro sistema de instrumentação (Haste de Harrington). Hastes eram fixadas na coluna nas suas duas extremidades através de ganchos. Através da experiência do Dr. Harrington, foi notado que a artrodese era uma condição necessária para o sucesso da instrumentação. Hoje, a artrodese continua sendo parte integral de procedimentos com instrumentação.
  • Através da instrumentação, há uma necessidade menor para o uso de coletes e órteses externas. Da mesma maneira que um gesso estabiliza um osso quebrado, a instrumentação estabiliza as duas vértebras enquanto ocorre artrodese. O implante basicamente funcionam como um colete interno.
  • Instrumentação feita sem artrodese pode resultar na falha e quebra do implante. Qualquer metal fadiga com o estresse repetitivo. Estresse continuo em um implante, sem o suporte de uma ponte óssea sólida, pode levar a soltura do parafuso ou quebra do mesmo. Haverá então quebra de parafuso, haste ou de várias estruturas.
  • Fatores como osteoporose e tabagismo são conhecidos por diminuir a taxa de sucesso de fusão óssea. Esses pacientes tem mais chance de desenvolver pseudartrose, que pode levar a dor e falha do implante.

Tecnologia e progresso da técnica

  • Nos anos 60, a instrumentaçãoo se popularizou e os médicos viram os benefícios para os pacientes. Houve então novas ideias e modificações dos implantes. Parafusos ósseos e cabos metálicos foram desenvolvidos. Nos anos 70, Dr. Eduardo Luque começou a usar hastes mais maleáveis e moldáveis associadas a fios metálicos para estabilizar a coluna.
  • Nos anos 80, a instrumentação evoluiu para a correção tridimensional da coluna. Hastes, ganchos e parafusos foram aperfeiçoados para cada paciente e situação.

Hoje e amanhã

  • A instrumentação continua a se desenvolver a medida que a tecnologia avança. O aperfeiçoamento inclui instrumentações de perfil mais baixos e menores para reduzirem o desconforto dos pacientes. O material de apoio possibilita também acessos minimamente invasivos e percutâneos.
  • Outra área de pesquisa está desenvolvendo instrumentação que preserva o movimento, ou seja, sem artrodese, como substitutos do disco vertebral, laminoplastia e estabilização dinâmica.